GIORNALISTA

Na noite passada,
ela veio me ver,
a porta estava aberta e,
silenciosamente foi entrando...

É assim, sempre assim,
uma vez por mês,
ela chega pela noite...

Entra sem nada dizer,
um gesto sequer,
apenas sua presença,
e tudo se faz claro...

Levanto os olhos,
não resisto,
e sua magia,
mansamente me envolve...

Meus lábios tentam,
as palavras não saem,
nem é preciso,
basta contemplá-la...

Há tanto a dizer,
noites que a esperei na janela,
a falta que dela senti,
e eu ali, inerte, calado...

Tua luz abraça meu corpo,
lentamente, cerro os olhos,
e então adormeço...

Ao despertar,
o dia ainda não era,
estrelas brilhavam no céu,
uma noite feliz...

Mas dela, a lua,
só a doce lembrança;
é assim,
todo mês é assim...
CR