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Ronaldinho leva vaias em ''casa''

Revelado no Sul, meia-atacante não foi perdoado em treino no beira-rio

Ronaldinho Gaúcho teve um dia para ser esquecido ontem. Principal jogador do Rio Grande do Sul nos últimos anos e ídolo de muita gente, o craque do Milan foi vaiado durante treinamento da seleção brasileira, no Estádio Beira-Rio. Os aplausos, que também surgiram, foram tímidos e de uma minoria.

É verdade que o jogador deixou o Grêmio, em 2001, em meio a um imbróglio jurídico e nunca teve tanto prestígio com os rivais colorados. Mas já havia atuado em Porto Alegre em outras ocasiões e jamais havia sido alvo de tantas críticas. Quando perdeu um gol, no treino, por exemplo, ouviu os gritos do público, que foi em bom número ao estádio - mais de 20 mil pessoas. Foi o único de todo o time que não teve boa recepção. Ao contrário de Alexandre Pato, revelado no Internacional, ovacionado, entre outros, como o goleiro Julio Cesar, o atacante Luís Fabiano e o técnico Dunga.

Ronaldinho vive, sem dúvida, o pior momento da carreira desde que se tornou um astro. Seu abatimento é visível. Após o almoço, alguns jogadores deram entrevista no hotel em que a seleção está hospedada na capital gaúcha. Sua presença seria natural. Trata-se, afinal, do atleta mais badalado de Porto Alegre. O meia-atacante, porém, preferiu evitar a imprensa. "É algo normal, não há nada de diferente nisso", comentou Rodrigo Paiva, assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). "Eu pergunto a todos quem quer dar entrevista, e ele, como alguns outros, preferiu não falar hoje (ontem)." Sua fase técnica não o credencia mais a ser titular.

Pessoas ligadas a Dunga acreditam, porém, que o treinador vai colocá-lo em campo esta noite, contra o Peru, desde o início. A razão: se não sair jogando, contra um adversário fraco, em sua terra natal, a motivação, já abalada, vai cair ainda mais. É uma boa oportunidade de se redimir - pelo menos em parte - das últimas atuações.

Por mais difícil que possa parecer, a comissão técnica ainda sonha em vê-lo bem na África do Sul, em 2010. Claro, se a seleção conseguir a classificação.